29 junho, 2010

Colocando as Crianças do Brasil na Balança


Um estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sbem, indica que 15% das crianças no país são obesas. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que para cada três crianças obesas há duas desnutridas. O problema fica maior quando se analisa a escalada da obesidade infantil no País. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), nos últimos 20 anos, houve um aumento de 240% de obesidade na infância e adolescência brasileira.

As estatísticas apontam que, independentemente das classes sociais, os índices de obesidade infantil caminham lado a lado, tanto em escolas públicas como nas particulares. Nas unidades estaduais, o projeto RRAMM (Redução dos Riscos de Adoecer e Morrer na Maturidade), concluído em 2002 e realizado pelo Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina, apontou que 11% de um universo de 2,5 mil crianças entre 7 e 10 anos estavam obesas. Outras 13% foram classificadas com sobrepeso.

De acordo com a Associação Brasileira de Estudos Sobre Obesidade (ABESO) a classe média do Sul e do Sudeste do país é a mais problemática atingindo um índice de meninas com sobrepeso de 34%.

Causas

O crescimento da obesidade infantil está associado a diversos fatores, dentre eles os hábitos de consumo dos brasileiros, que passaram a comprar mais produtos calóricos, o sedentarismo e a falta de informação sobre qualidade alimentar. Um levantamento realizado pelo Instituto Nielsen e pelo IBGE confirmam que o arroz com feijão foi substituído por macarrão instantâneo e carne suína. No entanto, fatores genéticos, fisiológicos e psicológicos também são apontados como responsáveis pelo aumento de peso, porém em menor escala.

O fator genético, anteriormente mais associado à obesidade infantil, deixou de ser a principal causa do problema atingindo não mais que 1% da população de crianças gordinhas. Por outro lado, a falta de dinheiro tem influenciado no aumento da obesidade nas camadas mais pobres uma vez que populações de baixa renda tendem a comprar alimentos mais baratos como, por exemplo, massas e farináceos, que podem ser adquiridos em maior quantidade deixando de lado o leite, carne e ovos.

Os pais têm grande responsabilidade nos hábitos alimentares de seus filhos. Comer errado e insistir com que as crianças limpem o prato, por exemplo, pode ensina-las a comer também errado e a comer quando não estão com fome.

Complicações

A probabilidade de que crianças gordinhas se tornem adultos obesos chega a 70%. Além disso, as crianças obesas têm muito mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 (colocando a criança sob risco de doenças adultas, como cegueira, danos no sistema nervoso, problemas renais e doenças cardiovasculares), hipertensão, infarto e derrames apresentando o dobro da probabilidade de ter pressão alta e doenças cardíacas do que crianças com peso normal.

Prevenção

A melhor medida que os pais podem tomar para proteger seus filhos dos riscos da obesidade é através da educação desde cedo. É importante ensinar a criança a alimentar-se de forma equilibrada antes que adquiriram o hábito de comer alimentos ricos em gordura e açúcar, e antes de perderem o hábito de se exercitar regularmente. As crianças são mais vulneráveis ao ganho de peso quando ainda são bebês e novamente na adolescência. Quando começam a ganhar excesso de peso antes do primeiro ano, aumentam os riscos de obesidade na idade adulta por motivos que não são bem compreendidos.

Tratamento

Os pais têm um papel vital no combate a obesidade uma vez que são os adultos que ensinam as crianças a gostar de doces, refrigerantes e massas. Portanto, uma vez que o sobrepeso ou obesidade já está estabelecido, a determinação dos pais para a mudança de hábitos de toda a família é essencial. Além da atividade física, é preciso reformular os itens de compra no supermercado, evitando os alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes. Mas, cuidado com as proibições, proibir o acesso a salgadinhos gordurosos e refrigerantes pode tornar estes alimentos ainda mais desejáveis.

O problema não esta só dentro de casa, mas também nas escolas. A guerra contra a venda das porcarias nas cantinas e a substituição por alimentos saudáveis ainda não chegou às escolas estaduais e municipais, mas também já é tema de discussão no governo. Em municípios como o Rio de Janeiro e Santa Catarina, as escolas públicas foram proibidas de vender frituras, doces e refrigerantes aos alunos.


Matéria retirada do site Rg Nutri

Um comentário:

Enfeite o blog com seu comentário !!