15 setembro, 2010

Hora do Doce




Equilibre a vontade de comer sobremesas com as exigências da corrida e ganhe em desempenho

Quem não tem vontade de comer um doce de vez em quando? A questão é: como e quanto ingerir para não perder desempenho na corrida. A resposta é: não espere soluções milagrosas. Você ainda não está liberado para comer todos os açúcares. Mas, segurando a “tentação”, dá para matar a vontade e, de quebra, ainda melhorar o desempenho.

“No caso das pessoas ativas, não existe evidência científica demonstrando compulsão por alimentos. pelo contrário, alguns estudos mostram que uma sessão de exercício não aumenta a fome. Contudo, é fato que algumas pessoas relatam grande necessidade de ingestão de doces, levando à especulação de que a queda da glicemia (açúcar no sangue) após atividades pode estar relacionada a este desejo”, comenta o especialista em terapia nutricional Thiago Álvares.

“No caso dos doces deve-se evitar, a qualquer hora, aqueles ricos em gorduras saturadas e gorduras trans, característica comum em chocolate ao leite e bolachas recheadas. O melhor é optar por doces à base de frutas”, explica o mestrando em ciência dos alimentos Lucas Pantaleão.

Imediatamente após o exercício, o corpo secreta grandes quantidades de uma enzima que converte glicose em glicogênio no músculo e no fígado. O glicogênio é a reserva de glicose e está diretamente relacionado ao desempenho. Esse é o momento ideal para ingeri-lo.

O que comer antes da prática esportiva
A barra de cereal possui fibras e carboidratos complexos, que garantem energia constante durante o exercício.

O que ingerir depois da corrida
Pesquisas da Unicamp mostram que o caldo de cana é ótima escolha pós-exercício. Para quem corre moderadamente três vezes por semana, a sugestão é um copo por dia, no máximo, duas horas após os treinos, fornecendo de 40 a 50 g de carboidrato, além de sódio e potássio.

Luciana Setaro, doutoranda em ciência dos alimentos, explica que outras opções fáceis são bater queijo branco com leite desnatado e misturar com frutas descascadas e picadas em pedacinhos, ou o tradicional Romeu e Julieta, uma fatia de goiabada com queijo branco.

O nutricionista Marcos de Oliveira ainda sugere gelatina, e dá outras dicas. “Sucos são um problema, pois aumentam rapidamente a glicemia. É preferível comer a fruta a tomar o suco da mesma”, diz.

O importante é o equilíbrio: tortas e doces estão liberados em algumas situações, desde que com moderação (confira receitas ao lado).

O amigo amargo
Uma das maiores queixas dos atletas é em relação ao chocolate. A boa notícia é que o alimento pode ser consumido. “O chocolate contém feniletilamina, um estimulante de composição similar às anfetaminas”, explica Luciana. Mas não se engane achando que pode usar a feniletilamina como desculpa. Quem corre já tem níveis altos da substância. Estudos britânicos mostram que o exercício físico aumenta os níveis de feniletilamina em 77%.

Para quem isso não basta, Luciana dá a dica: “o melhor é o amargo, rico em flavonóides, que previnem a formação de radicais livres. Opte por uma barrinha de 30 g”, indica. os flavonóides diminuem o colesterol e o risco de doenças cardiovasculares, além de melhorarem o sistema imunológico.

Dá para “enganar” o Desejo por Doces?
Um estudo publicado em 2007 no The American Journal of Clinical Nutrition demonstrou que o consumo de alimentos ricos em fibras, 1h15 antes da refeição, diminui o apetite.

Com base nisso, Thiago alvares, especialista em terapia nutricional, recomenda incluir entre as refeições pequenas porções de alimentos como avelã e frutas com casca.

Além disso, quando a vontade bater, evite a todo custo comer grandes quantidades de doces, pois após o consumo a glicemia se eleva, causando sensação de saciedade, mas minutos depois, quando a glicemia abaixa, o desejo pode ser ainda maior.

“Quando o açúcar no sangue está baixo, a compulsão por doces aumenta. comer de três em três horas e consumir alimentos integrais, que trazem saciedade por mais tempo, mantêm a glicemia estável”, orienta a nutricionista Stella Jacob. Ela complementa explicando que a falta de serotonina (neurotransmissor que regula o apetite e o humor) aumenta o desejo por doces. Isso pode ser evitado recheando o prato com alimentos ricos em magnésio e triptofano. O magnésio está nos vegetais folhosos verdes, oleaginosas, cereais integrais e peixes. Já o triptofano está no arroz integral, soja, tâmara, nozes, leite, banana e carne.

Outra dica para aplacar a vontade de açúcar sem prejudicar o desempenho são as frutas. “Banana e maçã assadas com canela são excelente opção, pouco calórica. e se estiver com vontade de comer um bolo ou torta, opte por receitas com farinha integral e açúcar mascavo”, diz.

Receitas







Matéria retirada do site O2 por Minuto

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