O grande interesse que vem surgindo pela vitamina E, se dá às funções que desempenha no organismo como substância antioxidante, que atua na diminuição do processo de envelhecimento das células, e na proteção a doenças crônicas não transmissíveis como câncer e doenças cardiovasculares. A presença da vitamina E na membrana é de extrema importância, pois exerce um efeito protetor contra a degradação lipídica e, conseqüentemente, contra o extravasamento de material intracelular, que comprometeria o funcionamento do organismo. (BATISTA et al., 2007).
O mesmo autor cita que, além disso, a vitamina E, atualmente é muito empregada na indústria alimentícia como um antioxidante natural, substituindo os antioxidantes sintéticos que possuem efeitos deletérios à saúde, para preservar as propriedades nutricionais e sensoriais dos alimentos. Alguns compostos presentes nos alimentos apresentam ação pró-oxidante e outros apresentam ação antioxidante, podendo ser intrínsecos ou adicionados aos alimentos. Além disso, componentes externos, como luz, temperatura e tempo de estocagem, também podem interferir acelerando o processo de deterioração dos produtos. Dessa forma, a vitamina E pode ser adicionada aos alimentos com o objetivo de evitar o processo oxidativo.
A adição da vitamina E deve ser feita, preferencialmente, nos alimentos que possuem maior teor de gordura como o leite e a margarina ou os que são comumente ingeridos com alimentos ricos em gordura como pães e cereais matinal, pois a eficiência na absorção dessa vitamina é aumentada pelo consumo concomitante de gordura na dieta, levando a um aumento da sua capacidade de agir no organismo. Devido à sua ação antioxidante, a vitamina E pode ainda prevenir a oxidação dos ácidos graxos poliinsaturados, impedindo a oxidação do próprio alimento (BATISTA et al., 2007).
Vitamina E é um termo geral para designar os compostos lipossolúveis tocoferóis e os tocotrienóis. Cada um pode apresentar uma atividade biológica e metabolismo distintos, porém o processo de absorção intestinal é o mesmo. Essa diferenciação ocorre no fígado. As formas esterificadas de tocoferol são comumente utilizadas em suplementos de vitamina E e na fortificação de alimentos devido à sua estabilidade e ao maior tempo de vida de prateleira (BATISTA et al., 2007).
Metabolismo
A eficiência da absorção da vitamina E, é comprovadamente acentuada pelo consumo simultâneo de gordura na dieta, por se tratar de uma vitamina lipossolúvel. A absorção máxima ocorre no intestino delgado, a partir da emulsificação com outros componentes lipossolúveis dos alimentos, solubilização e formação de micelas, as quais são difundidas de forma passiva através da mucosa. Juntamente com triglicerídeos, fosfolipídeos, colesterol e apolipoproteínas, os compostos absorvidos são incorporados aos quilomícrons nas células da mucosa e assim alcançam a circulação linfática e, em seguida, a corrente sanguínea via ducto toráxico. Depois de submetidos à ação da lipase protéica, os quilomícrons remanescentes são captados pelo fígado e a partir daí ocorre uma diferenciação clara ente os isômeros da vitamina E com relação a liberação no plasma (GUINAZI, 2004).
Recomendação e fontes alimentares
Segundo a Dietary Reference Intakes (DRIs, 2000), a ingestão diária de vitamina E para crianças de até 13 anos é de 11mg e para adultos e idosos é de 15mg.
Estudos do consumo de vitamina E na população são escassos, e junto a isso, as informações sobre o teor de vitamina E nos alimentos do Brasil também são poucas. As informações disponíveis sobre o conteúdo de vitamina E relacionam-se a alimentos cultivados sob condições distintas daquelas existentes no Brasil, pois o teor dessa vitamina nos alimentos sofre interferências como características do solo, clima, condições de cultivo e colheita, processamento, entre outros (GUINAZI, 2004). Porém a vitamina E é facilmente encontrada em alimentos de origem vegetal, principalmente as folhas verdes escuras, oleaginosas, óleos vegetais e germe de trigo, e alguns alimentos de origem vegetal como gema de ovo e fígado. As formas da vitamina E diferenciam-se entre os vegetais (BATISTA et al., 2007).
Segue abaixo alguns alimentos e a quantidade de vitamina E contida neles.
Alimento | Quantidade (mg) | Em 100g do alimento (mg) |
Óleo de gérmen de trigo (1 colher de sopa – 8ml) | 26,94 | 336,75 |
Óleo de girassol (1 colher de sopa – 8ml) | 7,14 | 89,25 |
Amêndoas secas (1 oz) – 30g | 6,72 | 22,4 |
Óleo de milho (1 colher de sopa – 8ml) | 2,96 | 37 |
Óleo de soja (1 colher de sopa – 8ml) | 2,55 | 31,88 |
Abacate (unidade M – 430g) | 2,32 | 0,54 |
Salmão cru (3 oz – 90g) | 0,85 | 0,94 |
Ervilhas (meia xícara – 100g) | 0,64 | 0,64 |
Manteiga (1 colher de sopa rasa – 19g) | 0,24 | 1,26 |
Leite integral (1 xícara – 200ml) | 0,24 | 0,12 |
Leite desnatado (1 xícara – 200ml) | 0,10 | 0,05 |
Frango (meio peito – 90g) | 0,23 | 0,26 |
Chocolate ao leite puro (1 oz – 30g) | 0,13 | 0,43 |
Fonte: COMBS JR (2003)
Nota: A suplementação com alfa-tocoferol é utilizada por diversos atletas com o objetivo de melhorar o desempenho físico. No entanto, em estudos com indivíduos que não tinham a deficiência da vitamina, não houve melhora no desempenho após a suplementação. A suplementação com alfa-tocoferol pode ser eficiente para reduzir o estresse oxidativo e a quantidade de lesões às células, após o exercício exaustivo. (CRUZAT et al., 2007).
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